sexta-feira, 20 de março de 2015

Dilma pede mais ‘tolerância’

Presidente é elogiada por governador Marconi Perillo, do PSDB, que criticou posição do partido

Brasília. Na primeira agenda pública da presidente Dilma Rousseff (PT) fora do Palácio do Planalto após as manifestações de domingo, depois de ouvir elogios do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e do governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, Dilma pediu “tolerância e diálogo”. Ela participou da cerimônia de assinatura da ordem de serviço do BRT Norte/Sul, em Goiânia. “Essa nossa parceria se dá acima das nossas diferentes filiações partidárias. Somos um país democrático, em que a gente disputa durante a eleição, mas, depois de eleitos aqueles que o povo escolheu, a gente passa a governar. Ele (Perillo), para toda a população de Goiás, e eu, para toda a população do Brasil”, disse.

A fala da presidente responde aos recentes panelaços feitos em grandes cidades quando de pronunciamentos seus e aparições na TV dos ministros que fizeram a defesa do governo. As manifestações têm evidenciado a pouca disposição dos que protestam em ouvir o governo. Dilma disse que os caminhos dela e de Perillo sempre se encontram porque eles são “republicanos e democratas” – pouco antes, Perillo havia discursado, exaltado, condenando as “intolerâncias e injustiças” contra a presidente e disse que, apesar de seu partido, o PSDB, ser de oposição, ele apoiava a legitimidade da reeleição da presidente.
“Temos noção da coisa pública e respeitamos uma coisa fundamentada neste país, conquistada com muito esforço, muita dor, num processo que muitas pessoas mais novas não viveram, conquistada apesar de prisões, exílios e mortos. Temos a obrigação de respeitar a democracia, em que há o direito de todos de falarem, de se manifestarem, mas há também o direito de todos serem ouvidos”, disse a presidente. “Por isso, peço tolerância e diálogo, porque o diálogo implica que a gente olhe o próximo”.
Dilma falou ainda do projeto do BRT, que, segundo ela, vai atender a população de Goiânia e servirá para que as pessoas possam ter uma vida mais digna. O projeto terá INVESTIMENTO de R$ 210 milhões do governo e contrapartida de R$ 130 milhões da Prefeitura de Goiânia.
Marconi Perillo foi enfático ao dizer que estava recebendo “uma presidente da República que foi legitimamente reeleita e que tem meu apoio a sua legitimidade. Não podemos ser vítimas de uma minoria que age contra a democracia, o republicanismo tem que prevalecer”, disse em discurso. “Sou de um partido que faz oposição à senhora, mas eu não. Nunca ninguém ouviu uma palavra minha que não fosse de reconhecimento e agradecimento pelo que a senhora fez por Goiás”, completou o tucano.
Segurança
Blindagem. O Palácio do Planalto e a Prefeitura de Goiânia montaram uma operação de guerra para blindar a presidente Dilma de contato com manifestantes durante sua passagem pela cidade.
Câmara cobra danos morais de Cid Gomes

Brasília
. O procurador da Câmara, Cláudio Cajado (DEM-BA), deu entrada nesta quinta, na Justiça Federal de Brasília, com uma ação de reparação por danos morais contra o ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS-CE).

Cajado também protocolou uma representação, dirigida ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, na qual pede que Cid seja acionado judicialmente por condutas ilícitas.

Por crime de responsabilidade por deixar o plenário sem responder a todas as perguntas, por conduta irregular e condescendência criminosa (artigo 20 do Código Penal) e faltar com o cumprimento dos princípios de lealdade e honestidade.
Pacote chega ao Congresso
O governo enviou nesta quinta ao Congresso parte das medidas que integram o pacote anticorrupção anunciado pela presidente Dilma Rousseff. Foram encaminhados o projeto de emenda à Constituição para permitir o confisco de bens que sejam fruto de atividade criminosa, o projeto de lei que torna crime o caixa 2 e o texto que regulamenta a PEC do confisco de bens. A Câmara terá 45 dias para analisar os projetos. Se não cumprir o prazo, eles passam a trancar a pauta do plenário.
Mudanças no ajuste fiscal

O PMDB vai defender mudanças nas medidas provisórias encaminhadas pelo governo sobre o ajuste fiscal. Lideranças do partido afirmam que não há chances de as medidas serem aprovadas pelos congressistas se não sofrerem modificações. “Tem que haver espaço para a negociação”, disse o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). A MP do Imposto de Renda tem o apoio do partido, por ter participado das negociações.


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